Como é se mudar para o Canadá

Eu conheci a Lana há uns dois anos quando ela viu um texto meu no Estadão sobre morar fora e me mandou uma mensagem contando que tinha se identificado pois tinha se mudado com a família para o Canadá. Posso dizer que somos amigas virtuais – nunca nos vimos pessoalmente, mas trocamos whatsapp com frequencia contando uma da vida da outra. Ela é tão pé no chão e escreve tão bem que eu tinha que convidá-la para escrever um post no meu blog. E como esperado, ficou lindo. Mais do que um texto sobre morar no Canadá, é um texto sobre se arriscar e mudar para outro país. Você pode conferir a vida canadense da Lana no instagram dela @lanacancela

Contrariando as previsões de uma vida (pseudo) tranquila e (pseudo) estável em terras brasilis, e motivados pelo incrível desejo de combinar a possibilidade de ter uma experiência acadêmica diferente, carreira internacional, com as quiança tudo andando de bicicleta pelas ruas com casas sem muro, eu, maridón e três rebentos desembarcamos em Toronto em novembro de 2013, sem nenhum amigo e a tuition paga para um curso de dois anos.

Basicamente, como a expatriação e o patrocínio dos estudos não tinham vindo por outros caminhos, decidimos bancar tudo na física. Não foi uma decisão tomada às pressas e planejamos tudo exaustivamente. Pesquisamos diversos países e universidades. Fizemos exercícios com diferentes cenários, fizemos contas, visitas exploratórias, conversamos com outros expatriados e, claro, nos capitalizamos.

Tivemos uma adaptação supertranquila e vivemos por dez meses num pacato subúrbio de Toronto, quando meu marido recebeu uma oferta de trabalho a 4 mil km de distância. Neste momento, eu aprenderia que não existe planejamento à prova de vida. Fiz a mudança dentro da mudança, recomecei depois de já ter recomeçado e me vi numa cidade que nunca tinha pisado na vida.

Depois de quatro anos, a sensação de turista passou, mas a de estrangeiro ficou. O encantamento com a nova vida deu espaço para a rotina, e seguimos firme na programação de que nem tudo é horrível ou incrível o tempo todo. O que eu aprendi quando tudo o que eu havia planejado foi devidamente desplanejado? Vem. No caminho eu te explico.

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A grama do vizinho sabe-se lá de que cor é

Quem vem expatriado pela empresa tem uma experiência totalmente diferente de quem vem com a cara e a coragem. A mesma coisa vale para quem vem com filhos ou sem filhos. Pra quem vem sozinho ou com família. Pra quem tem trabalho e pra quem não tem. Pra quem é mais jovem ou mais velho. Pra quem já viajou muito ou já viajou pouco. Mas uma coisa é certa: o céu e o inferno fora dos trópicos serão definidos pelas expectativas que você criou. Quando paramos de comparar a nossa experiência com a do coleguinha, a gente anda umas dez casas no candy crush da vida.

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Conexão com a realidade

É bom ter em mente que o quadradinho do Instagram é muito pequeno para tudo o que acontece por aí, que a Lorelai nunca ganhou o suficiente para bancar aquela casa, e que, se a galera do Friends ficasse todo aquele tempo tomando café, ninguém moraria em Manhattan.

Isto posto, melhor nos concentrarmos na vida que estamos levando e não na vida que imaginávamos que levaríamos. Converse com os seus vizinhos, aprenda a língua, veja o noticiário local, passeie no lugar onde você vive, acompanhe a política e tente entender porque as piadas têm graça. Mindfullness, dirão os modernénhos.

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Sem tempo para amizades tóxicas

Bóra jogar limpo? Boa parte do sucesso da adaptação é a sensação de pertencimento. O melhor lugar do mundo perde o glow se estivermos soterrados na solidão. Uma coisa é uma viagem, outra coisa é uma vida. Não precisa de quantidade, mas gente precisa de gente. E gente do bem.

Pintou aquela bad vibe? Coloca essa fila pra andar o quanto antes. Confia na sua intuição e cola naquela galera que traz o melhor de você – independente deles serem brasileiros, vietnamitas ou marcianos.

E, ó: nada de deixar os amigos de uma vida toda de fora. Depois que a gente pára com o monotema imigratório, eles se reaproximam e, cada vez que eles vêm visitar, deixam uma energia maravilhosa.

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Inteligência emocional para lidar com problemas complexos

Não estou falando sobre não gostar da comida, de não ter o trampo dos sonhos ou de achar difícil se vestir pro frio. Isso é BS. Estou falando de tretas grandes. Já parou pra pensar como seria se pintassem um caso sério de doença na família, problemas financeiros cabeludos, dificuldades com as crianças ou se o relacionamento do casal balançasse?

Foram muitas as vezes em que me vi despreparada para a complexidade dos problemas que enfrentei. Algumas vezes consegui superá-los, outras vezes tive que engolir o choro e seguir em frente. Eu sei. Eu sei. A gente não está no controle. Mas foi preciso reaprender a assoprar e beijar o próprio machucado, enxugar a lagriminha e confiar que antes de casar ia sarar. Resiliência é um grande alongamento emocional. Na hora é ruim, mas depois é bão.

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Semear quando já é tempo de colheita

Voltar aos bancos escolares, me colocar novamente na posição de aprendiz em diversas situações e ter um contato com pessoas mais jovens fora da hierarquia corporativa foram experiências realmente transformadoras. Surra de empatia e humildade? Tivemos.

As crianças

Se quando nos mudamos eu imaginava que os maiores ganhos para os nossos filhos seriam a fluência num segundo idioma e a vida sem os estressores de uma grande cidade, hoje eu acredito que os maiores ganhos ao longo desses anos foram a nossa presença, o apreço por uma vida mais simples e a certeza de que eles terão uma compreensão bacana do mundo ao redor deles. Sorte de quem não precisa atravessar o continente pra descobrir essas coisas.

Se tem valido à pena? Há dias que sim. Há dias que não. Tem dias em que eu me arrependo? Sim. Vários. E por que a gente continua aqui? Porque seguimos firme na programação de que nem tudo é horrível ou incrível o tempo todo e acreditamos que ainda não esgotamos todos os aprendizados e possibilidades deste ciclo em nossas vidas. Se a gente descarta a possibilidade de voltar para o Brasil? Não. E enquanto isso? Enquanto isso, a gente vai colecionando umas memorinhas.

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