A Leilah é de São Paulo e se mudou para Auckland com o seu parceiro, Diogo, com a intenção de ficar lá. Neste post ela conta como foi sua experiência de adaptação e, principalmente, os perrengues (que a gente gosta de saber).
Morar fora do Brasil sempre foi uma vontade minha desde pequena quando saí de São Paulo aos 10 anos sem meus pais, para participar de uma clínica de treinamento de ginástica olímpica em Dallas, Texas. Mas foi só em 2014, aos meus 32 anos de idade, com uma vida e carreira estabelecidas e um namorado compartilhando dessa mesma vontade, que o plano começou a ser colocado em prática.
O destino inicial era Sydney, muito por conta do clima, que nos ajudaria na adaptação. Mas como nossa idéia sempre foi a de migrar, Nova Zelândia se mostrou uma opção mais “fácil” em termos de processo se comparado à Australia.
Planejamos com um ano de antecendência e o plano inicial basicamente era o Diogo fazer um curso de “Business” com duração de 1 ano que garantiria um visto de trabalho pós-estudo, enquanto isso eu teria que ficar estudando inglês. Uma vez com o visto de trabalho, tentar um emprego na área para ter o visto de trabalho renovado ou até mesmo tentar aplicar pra residência.
Em Julho de 2015, aterrizamos em Auckland. Eu, Diogo, 2 malas cada um, cabeça cheia de dúvidas e coração apertado pelo que estava por vir, sem falar de um fuso maluco de 15 horas na frente do Brasil, que te deixa atordoado por alguns dias.
Os primeiros meses foram pura adaptação. Clima frio (já que chegamos no começo do inverno), a comida, o jeito de falar do Neo Zelandês que é bem diferente do inglês americano que estávamos acostumados, a nova rotina de simples estudantes numa sala de aula com pessoas do mundo inteiro (e algumas delas com a metade da nossa idade), a acomodação (sendo muitas delas compartilhadas) e o trabalho casual que permite você se manter por aqui sem precisar trazer dinheiro do Brasil.
Não preciso dizer que tudo que podia dar errado deu, né?!
O Diogo estava com uma expectativa grande no curso, apostando na qualidade de ensino da Nova Zelãndia, o que não aconteceu. Sim, isso existe aqui e e preciso tomar muito cuidado na escolha da escola e curso. No final, ele se conformou que estava comprando o visto.
Tentamos trabalho na área, mas o visto de estudante que nos permitia trabalhar 20 horas semanais não ajudou muito nesta empreitada. Sim, tem gente que consegue, mas não foi o nosso caso. Então o jeito foi assimilar o golpe e partir pro trabalho casual. Foi um ano tirando pedido, carregando bandeja, limpando mesa em casamento, eventos corporativos, esportivos e por aí vai. Trabalho pesado, longas horas de pé pra lá e pra cá, bem diferente do que eu estava acostumada a fazer, já que ficava sentava numa mesa de escritório o dia todo na frente do computador. E quer saber? Não arranca pedaço, você se adapta e no final até se diverte com o “diferente”.
Outra coisa chata é lidar com Imigração. Papelada sem fim, vai e volta de documento, inúmeras solicitações, mas isso era uma coisa que ja estavamos preparados. O que não estávamos preparados era para uma possível não aprovação do visto como “partner” já que eles não consideravam a nossa relação genuína e estável, por conta dos documentos apresentados. O jeito foi pedir cartas aos nossos amigos e familiares para que eles atestassem o nosso relacionamento. E deu certo. As cartas nos salvaram!
Mas o perrengue maior de todos foi com acomodação. Ficamos por 1 mês num hostel, o City Lodge, que não temos do que reclamar. O problema é que ao tentarmos renovar por mais tempo, não havia mais disponibilidade. Tivemos que ir às pressas para uma casa que achamos num site local daqui, o TradeMe. Com toda a expectativa de morar com locais, lá fomos nós. Caímos numa casa com duas neozeolandesas, que tivemos o mínimo de contato por conta da incompatibilidade de horário do trabalho delas e nossos horários de estudantes. Azar o nosso.
Depois de 1 mês nesta casa, nos mudamos para um apartamento com outros dois brasileiros. Tudo lindo no início, tipo começo de relacionamento, mas no segundo mês as diferenças começaram a aparecer. E elas eram gritantes, o que foram tornando o convívio cada vez mais difícil. Nossas reclamações por conta de barulho, entre outras coisas que impediam o bem estar da casa, foram sendo desrespeitosamente desobedecidas. E através de SMS fomos “despejados” pela dona da casa, que nos deu 2 semanas para sairmos de lá. O jeito foi ir para o único hostel que achamos disponível, com cozinha e banheiro compartilhados. E lá tivemos problema com percevejo de cama (bed bugs), que depois fomos saber que é bem comum em lugares que recebem muitos turistas.
Enfim, depois de quase um ano nesta cruzada, conseguimos nos mudar para um estúdio só nosso, onde estamos vivendo até hoje. Mas acomodação não adianta, é uma roleta russa. E o negócio fica ainda mais arriscado quando tem outras pessoas envolvidas, no caso de se compartilhar apartamento, ou até quarto, que é muito comum aqui já que os custos são bem altos (em média 400 dólares por semana, um casal morando sozinho).
Teve perrengue, mas como o Diogo gostava de falar: no final tudo dá certo. E com a gente foi sempre assim, no final, bem no finalzinho da prorrogação do segundo tempo, tudo ía entrando no seu devido lugar.
Eu consegui um emprego na minha área, como Mídia, numa empresa bem bacana daqui, a NZME. Como todo novo trabalho, é sempre um processo muito desgastante (pelo menos pra mim sempre foi) por ser ansiosa e querer entender as coisas do dia para a noite. O trabalho em si é algo que já estou acostumada a fazer e as pessoas são ótimas. O clima é super descontraído, informal e nós, Brasileiros, somos muito bem vistos aqui fora, como profissionais super qualificados, inteligentes, criativos. A gente chega com esse pique todo por aqui mas eu me deparei com um ritmo totalmente diferente, bem mais tranquilo (pode ser que seja pelo lugar que eu trabalho, não posso generalizar, mas que é muito bom, isso é). O que realmente sinto falta são dos almoços longos com os amigos (que aqui é bem raro) a regra acaba sendo almoçar na mesa mesmo enquanto trabalha. Mas quando penso que 5h da tarde eu já estou no meu caminho pra casa, até esqueço do almoço curto em frente ao computador.
Do clima, eu continuo reclamando do frio que faz aqui, mas já estamos mais adaptados, estamos sofrendo menos que no primeiro ano, já que aprendi que tudo é uma questão de ter a roupa certa e um belo aquecedor em casa.
A comida posso dizer com segurança que tudo o que comíamos aí no Brasil nos viramos muito bem por aqui. Até o açaí que amamos já conseguimos encontrar por aqui. E ainda temos toda uma influência da cozinha asiática e Indiana, que apesar de não sermos muito fãs, estamos aos poucos sendo conquistados.
Auckland foi a cidade que escolhemos pra iniciar nossa jornada por oferecer mais oportunidades de trabalho. Com cerca de 2 milhões de habitantes, está começando a vivenciar alguns problemas de “cidade grande”, mesmo assim não é nada se comparado à cidade onde vivíamos. Desde que chegamos aqui, não temos carro. Fazemos tudo com transporte público, que apesar de achar caro, cumpre com as nossas necessidades para o momento. E quando vamos viajar, alugamos um carro.
Apesar de toda a loucura que foram estes últimos 2 anos, conseguimos viajar pelas ilhas norte e sul algumas vezes. E o que podemos dizer é que a Nova Zelãndia faz jus ao título de um dos países mais bonitos do mundo. E deve estar entre os com o povo mais receptivo também, pois sempre fomos muito bem recebidos em qualquer lugar que visitamos.
Enfim, todo mundo nos pergunta se temos planos pra voltar pro Brasil. Sim, temos, porém só pra oficializar e celebrar a nossa união em abril do próximo ano. Voltamos para a Nova Zelândia logo em seguida, até porque conseguimos o visto de residência que nos permite ficar por aqui tendo os mesmo direitos de qualquer cidadão (exceto pelo passaporte).
Nossos planos agora estão em Auckland, a cidade do outro lado do mundo que escolhemos pra escrever este novo capítulo de nossas vidas. Saudade é uma constante por aqui, mas seguimos firmes e fortes (ás vezes nem tanto) mas agora com o coração não tão apertado quanto na chegada e super felizes e ansiosos pelo que está por vir.
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